Acordei.
Foi a primeira vez que acordei sorrindo em toda minha vida. O brilho dos meus olhos iluminou meu quarto escuro, sem janelas, que mais parece uma tumba fria, ecura, silenciosa. Eu adoro ali ficar pra pensar, chorar, gritar...em fim. Eu pudi ouvir as batidas do meu coração naquele momento e, de repente, vi o teu rosto flutuando nas trevas do teto. Respirei fundo, fechei os olhos, expirei.
Eu nao podia perder nem mais um segundo daquela manha. A tarde me esperava e o tempo corria no meu pulso. Jà era nove horas e havia muito a ser feito. Levantei-me, vesti-me, calcei-me, sai-me. Ao abrir a porta da minha câmara secreta dei de cara com minha mae. O café ja estava pronto. Eu tinha dito-lhe que eu teria uma aula importantissima na qual eu nao poderia chegar atrasado. Ao olhar em seus olhos e pedir sua bencao senti um enorme peso na consciencia. Durou quase um segundo. Eu precisava me apressar.
Entre vitaminas, paes, biscoitos, tvs globinhos estava eu. Na verdade, nem senti os gostos q se multiplicavam na minha cavidade oral, muito menos me recordo do que meus olhos se ocupavam. Eu nao estava la. Ja estava muito longe. Voltei. Meu significante precisava ir tambem. Levantei do sofa, despejei a louça na pia, peguei a toalha de tras da geladeira, tres passos. Entrei no banheiro. Nove e meia.
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