"Hoje não!"
Disse-lhe. Eu sabia que nao podia, nao naquele dia, curtir meu universo de azulejos negros, onde eu costumo viajar por mundos distantes, galaxias inexistentes. Era necessario que eu corresse. Começa o ritual. Pia, trono, box, o qual eu quebrei alguns dias atras por razoes ora irrelevantes.Fechei. Estava tudo là: shampoo, condicionador, oleo, lixa,presto, chave-de-fendas, eu. Ao abrir a torneira, mergulhei. Vi peixinhos, algas, corais, polvos, zenzas... Um oceano de cores e espumas, cheiros e laminas, toques e ...Ops. Meu morfema flexional de gênero resolveu derivar-se em grau. Mas ainda nao era hora para comutações. Fechei, sequei, abri, sai.
A roupa estava sobre a cama. Jà estava passada, pronta para ser vestida. Eu ja tinha preparado tudo na noite anterior. Depois de muitos trocas e retrocas, combinações interminaveis, resolvi vestir a blusa rosa. Ela me trazia boas recordações, fazia-me bem. Dei uma ultima olhada. "Serà que o meu presente vai gostar?". MEU PRESENTE. Foi assim que voce se denominou no dia do meu niver. Um presente atrasado. Mas, so um dia. Para mim, uma eternidade.
Arrumado e perfumado eu ja estava. Carteira no bolso, chave na mao, balas de menta...Você pediu para eu nao esquecer... So faltava o caderno e um livro qualquer para que dona Sù nao desconfiasse de nada. "Beijo mae". Desci as escadas com um sorriso fresco no rosto. O tempo parecia se arrastar. Eu sabia que, dali a uma hora, eu me tornaria o cara mais feliz do mundo. Abri a porta. Vi as pessoas que passavam, viviam suas rotinas, caras fechadas. Olhei suas faces e pus-me a imaginar o que passava pela cabeça de cada uma delas. Inutil. Seus pensamentos tracados em si. Elas so pensam nelas, nos seus problemas, nas suas vidas. Mas eu...Estava pensando em você. A porta fechou-se atras de mim."éhh hj". Comecei a ir
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